A expressão “a desorganização é o começo do fim” ganha ainda mais sentido quando aplicada à operação de um e-commerce. Em um cenário complexo e repleto de produtos, a estratégia de categorização emerge como um fator crucial para o sucesso. Uma abordagem bem planejada não apenas aprimora a experiência do usuário, mas principalmente otimiza a rastreabilidade e a indexação das páginas. Pense nisso como organizar as prateleiras de uma loja física, só que virtual.
Durante nosso webinar, Camila Yuemi e Saulo Lenzi abordaram pontos essenciais sobre como realizar uma categorização inteligente e eficaz. Continue lendo para descobrir como e aplicar esses princípios no seu e-commerce, site ou blog.
O que é categorização?
Imagine que você possui uma loja, seja ela física ou online, e está enfrentando dificuldades para localizar os produtos. Essa busca contínua, muitas vezes resultado da falta de organização, pode criar obstáculos desnecessários e, claro, muitos problemas.
A essência da categorização é estabelecer uma organização coerente e estratégica para todos os seus produtos. Em outras palavras, a categorização tem como objetivo principal otimizar o site para o rastreio e indexação. A categorização vai além de ser apenas um agrupamento de itens. Ela envolve a criação de clusters que estruturam seus produtos em classes e subtópicos, proporcionando uma compreensão clara e acessível.
Vejamos uma imagem da “estrutura silo” e uma explicação detalhada sobre o que essa representação significa.
Podemos entender isso como uma “hierarquia pai e filhos”, conhecida como estrutura de clusters. No topo está a página inicial do site, conhecida como “home”. Logo abaixo, encontram-se os departamentos. Por exemplo, em um e-commerce de moda, onde temos departamentos como feminino e masculino.
Dentro da categoria “masculino”, podem existir subdivisões, como camisetas. Essas camisetas são, por exemplo, camisetas masculinas. E dentro da categoria de camisetas, podemos ter variações, como camisetas de manga longa. Tudo isso torna a organização mais prática.
Essa estrutura base da categorização permite que o Google encontre suas páginas em uma organização adequada para o rastreio possibilitando a clusterização eficiente de seus URLs. Isso, por sua vez, resulta em uma indexação mais precisa e eficaz.
Aqui apresentamos um mapa que ilustra a estrutura idealizada, ou seja, a taxonomia do site. Não podemos deixar de mencionar o conceito de “Topic Cluster”, um tópico que já exploramos em webinars anteriores.
Ao considerar uma recategorização, que é uma realidade para muitos de vocês que já possuem um site estruturado, o “Topic Cluster” emerge como uma estratégia que atua em paralelo com a estrutura de silo apresentada anteriormente. Nessa estrutura, o “Topic Cluster” envolve um agrupamento de conteúdos com relações semânticas entre si. Isso se fundamenta em uma página pilar que sustenta esse cluster, juntamente com páginas satélites que estão interligadas tanto semanticamente quanto por meio de links.
Essa estratégia é capaz de fortalecer a compreensão do Google sobre as relações entre as categorias, sua conexão semântica e sua usabilidade durante o processo de compra. Por exemplo, ao considerar uma subcategoria, podemos explorar se alguém que busca por um produto nessa subcategoria também teria interesse em outra.
No contexto de indexação semântica, o Google deixou de analisar as páginas apenas pela keyword em si. O foco agora é contextual, onde o LSI (Latent Semantic Index) desempenha um papel essencial. Isso nos permite trabalhar o contexto de uma página sem forçar repetições de palavras-chave. O LSI engloba termos como o “campo semântico” e o “campo lexical”. Por exemplo, ao pensar em “transporte”, o campo semântico incluiria palavras como “aeronave”, enquanto o campo lexical abarcaria termos relacionados como “aeroporto”.
Portanto, o “Topic Cluster” é uma estratégia valiosa para a recategorização, complementando a abordagem de silo e contribuindo para uma indexação mais rica e contextual.
Recomendamos assistir ao nosso webinar para uma compreensão mais aprofundada dessa estratégia.
Por que fazer uma recategorização?
Neste ponto, é fundamental considerar a missão do Google: organizar as informações disponíveis no mundo e torná-las acessíveis e úteis para todas as pessoas. Além disso, precisamos compreender seu funcionamento e os três pilares do SEO.
O processo do Google passa pelo rastreio, indexação e classificação. Para ser conciso, exploraremos brevemente cada etapa. O rastreamento é ativado por backlinks e sitemap enviado no Search Console, onde o Googlebot, um robô, coleta e cataloga conteúdo como HTML, imagens, entre outros recursos.
Já na etapa de indexação, o Google entende e organiza o conteúdo rastreado em seu banco de dados. Na terceira etapa, a classificação, é importante ressaltar que existem milhares de fatores de ranqueamento, mas os dois principais envolvem a construção de autoridade e relevância.
Passemos ao terceiro ponto crucial: os três pilares do SEO – On Page, Off Page e UX. Ao entender missão, processo e pilares, e ao olhar para a recategorização com foco em atender esses requisitos, começam a surgir as vantagens.
Garantia de um rastreio mais eficaz
Vamos compreender os conceitos de Crawl Depth e Link Juice, assim como a maneira como eles estão interligados.
Crawl Depth se refere à profundidade de navegação, ou seja, quantos cliques são necessários para chegar a uma determinada página.
Para ilustrar, consideremos o exemplo simples em que a página inicial é considerada nível zero, e cada clique subsequente acrescenta um nível. Agora, introduzimos o conceito de Link Juice. Suponhamos que a página inicial transfira autoridade para outras páginas por meio de links internos. Esse processo é conhecido como Link Juice, que ocorre de maneira hierárquica e igualitária (se tiver o mesmo url duas vezes na mesma página, ele só vai receber uma vez), beneficiando especialmente as páginas mais próximas da página inicial (níveis mais altos), as quais recebem essa autoridade compartilhada.
Entretanto, devemos considerar o Crawl Depth como um ponto crítico a ser observado. Se a estrutura de categorias estiver mal organizada, isso pode resultar em uma profundidade de rastreamento complexa e prejudicial! Por exemplo, se a estrutura for excessivamente profunda, os crawlers podem enfrentar dificuldades para percorrer todo o site devido às limitações de rastreamento.
O mesmo raciocínio se aplica ao Link Juice. Quando recebemos backlinks de sites relevantes, a autoridade deles é transferida para nós. Essa autoridade é distribuída entre todas as páginas internas, seguindo o princípio do Link Juice. Portanto, se algumas categorias carecem de sentido ou têm menos relevância, a distribuição de autoridade é prejudicada. Uma categorização bem pensada, no entanto, ajusta essa distribuição de autoridade e aprimora a arquitetura do site, otimizando sua estrutura.
Otimização da indexação das páginas
Ao adotar uma recategorização bem planejada, garantimos que cada página seja indexada de acordo com a intenção de busca apropriada. Isso, por sua vez, melhora a qualidade das respostas e as métricas de desempenho.
Essa abordagem fortalece a consolidação da estrutura, aumentando a competitividade geral na SERP.
Melhorias na experiência do usuário (UX) no site
Uma organização lógica não apenas auxilia o Google na compreensão do conteúdo do site, mas também aprimora a experiência do usuário. Quem nunca visitou um site e se sentiu perdido ao procurar algo que sabia estar lá, porém não conseguia localizar devido à bagunça? Essa organização clara é fundamental.
Ao proporcionar clareza, não só incentivamos os visitantes a passarem mais tempo no site, mas também os motivamos a explorarem mais páginas e, por conseguinte, a converterem com mais facilidade. É semelhante à experiência em uma loja física: se um cliente entra e não consegue encontrar o que procura, a probabilidade de ele sair é considerável. Esse mesmo princípio se aplica às páginas de resultados dos mecanismos de busca (SERP). Se facilitarmos a vida das pessoas para acharem o que querem, aumentamos as chances de elas ficarem e comprarem.
Como identificar o momento certo para realizar a recategorização?
Identificar o momento adequado para uma recategorização é uma dúvida comum. Surgem perguntas sobre se é o momento ideal para categorizar agora ou se é melhor aguardar. Trata-se de um processo delicado que envolve estudos aprofundados e estratégias bem definidas. Alguns indicadores apontam para essa necessidade:
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Problemas na localização dos produtos;
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Tráfego pouco qualificado ou canibalização;
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Mudanças nos objetivos do negócio;
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Migração.
Como montar sua estratégia de forma eficiente em 6 passos
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Encontre oportunidades no site
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Analise seus filtros, pois existem muitas oportunidades escondidas ali ao fazer uma análise de intenção de busca e volume de busca, é possível classificar aqueles filtros que podem virar uma categoria.
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Analise a estrutura de categorias existente e identifique oportunidades de melhoria.
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Considere as intenções de busca dos usuários e a relevância de diferentes segmentos.
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Faça uma análise de palavras-chave
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Identifique termos de busca relevantes para seu nicho.
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Avalie o volume de busca e a competitividade dessas palavras-chave.
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Use ferramentas de análise de palavras-chave para obter insights valiosos.
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Mapeie todas as categorias
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Organize as categorias em uma árvore lógica e coesa.
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Defina URLs amigáveis e claros para cada categoria e subcategoria.
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Certifique-se de que as páginas sejam rastreáveis e indexáveis pelo Google.
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Proporcione a melhor experiência
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Priorize a experiência do usuário em todas as etapas.
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Adicione conteúdos relevantes às páginas de categoria, guie o usuário na jornada de compra.
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Use técnicas semânticas para indicar claramente o conteúdo de cada página ao Google.
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Estude a estrutura de categorias dos concorrentes.
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Entenda como eles abordam a categorização e a navegação.
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Use essas informações para tomar decisões informadas sobre sua própria estratégia.
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Analise os concorrentes
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Cuidado com os redirecionamentos
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Evite redirecionamentos desnecessários que podem afetar negativamente o SEO.
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Foque em modificar URLs apenas quando for estritamente necessário.
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Certifique-se de que os redirecionamentos sejam implementados corretamente para não causar problemas de acessibilidade.
Lembre-se de que, ao realizar uma recategorização, o foco deve ser nas pessoas. Priorize proporcionar a melhor experiência para os usuários, pensando em suas necessidades e intenções. Isso contribuirá significativamente para o sucesso da estratégia de recategorização e melhorará a satisfação do seu público-alvo. Além disso, considere estas dicas extras para uma um processo bem-sucedido.
Em resumo, a estratégia de categorização é o alicerce de um e-commerce organizado e eficiente. Ela não apenas aprimora a experiência do usuário, mas também fortalece a compreensão dos mecanismos de busca, resultando em maior visibilidade e conversões. Ao considerar a hierarquia de categorias, a coesão semântica e a melhoria constante, os e-commerces podem criar uma base sólida para o sucesso digital.
Se você deseja aprofundar ainda mais seu conhecimento sobre a estratégia de categorização e como aplicá-la com sucesso em seu e-commerce, não deixe de assistir ao nosso webinar completo. Além disso, na transmissão você pode conferir um case exclusivo de recategorização: